segunda-feira, 22 de junho de 2009

AOS MEUS QUERIDOS AMIGOS VIRTUAIS


Nunca te abracei,
Nem jamais sentiste o meu aperto de mão.
Diante de um computador
Mesas distantes nos separam,
Embora trocamos mensagens
Nesse mundo encantado
Que só a Net pode oferecer...
É fantástica a nossa amizade.
Imagens e sentimentos
Retratados numa telinha de um micro.
Um dia talvez...
Deixemos o virtual,
E chegamos até o real...
Quem sabe?!
E pode ser que também
Que isso nunca venha acontecer...
Mas no momento o que importa mesmo.
É que nos escolhemos.
Para usufruir essa amizade.
Tão linda e tão pura!!!
E dentro desse bem.
Que nos fez irmãos de jornadas,
Eu peço todos os dias a Deus
Que ilumine cada vez mais a estrada da tua vida...
Para que eu possa
Por muito tempo ainda.
Te chamar carinhosamente:
MEU ANJO...
LI

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Chifre para todos os lados


Os homens traem mais que as mulheres??????

Traem. Homens e mulheres estão cansados de saber disso. Mas nem tudo é tão ruim quanto parece. Ser traída pode ser bom negócio para as mulheres quando estas conseguem extrair algo de bom daí. Embora seja difícil de aceitar, (quase) todo homem trai. Resta às mulheres educá-los para que traiam menos e possivelmente deixem de trair.
Traições existem de longa data. O Código Penal Brasileiro já legislou contra os traidores: até 1995 o adultério era considerado crime, com penas que variavam de 15 dias a 6 meses de detenção. A Bíblia Sagrada condena severamente a traição. Mas os tempos mudaram... a traição perdeu seu status de ”crime” e ganhou ares de “necessidade”. Hoje quem diz ser fiel cai no descrédito. Quem tenta ser fiel é tentado a deixar de ser. E quem não é fiel nem um pouquinho tem uma relação imensa de amig@s no Orkut.
Como sobreviver a esta onda de traição? Se trair não é legal, mas são estimulados a trair para “apimentar” a relação, o que fazer para não ser descoberto? Dizem que as mulheres são mais discretas quando traem. Ao que parece, todo mundo pode ser traído e nunca descobrir. Confiar desconfiando pode ser um começo. Só o tempo e a convivência podem revelar as verdadeiras intenções da pessoa que estamos nos relacionando.
Em se tratando de admitir as possíveis puladas de cerca, os homens são mais positivos. Acham que é elegante ser visto como alguém que trai. As mulheres não costumam admitir, pois a sociedade ainda reprova a liberalidade do sexo feminino. Seja como for, penso que realmente as mulheres estão certas em afirmar: os homens traem mais. Os motivos é que não faltam.
Li outro dia uma resenha bacana de Arnaldo Jabor sobre a traição. A revista Superinteressante abordou este assunto com muito bom humor. Outro dia, a conversa rolou solta lá, no setor em que trabalho, sobre este assunto. Todo mundo tem uma opinião formada, mas ninguém consegue admitir com naturalidade que trai. Penso que trair pode até ter suas vantagens, mas quem é honesto, ou seja, quem não trai, consegue ser mais feliz, pois pode ser visto como alguém confiável.
Difícil de encontrar alguém assim? Penso que não! Ainda há pessoas que acreditam no verdadeiro amor e não conseguem se relacionar com mais ninguém a não ser com a pessoa por quem se apaixonou. Enganam-se as mulheres que pensam que os homens não se apaixonam... ficam mais bobos do que uma criança com pipoca na mão.
O jeito então é conquistar diariamente a pessoa que queremos confiar. Homens e mulheres se transformam quando são amados de verdade. A vontade de trair pode até aparecer. A tentação (principalmente para os homens) será forte. Mas tudo será pequeno se comparado ao amor contido na relação. Ninguém é obrigado a ser traído e fingir que não o é. Aceitar ser infeliz não é uma boa escolha. Se a traição é um obstáculo, que o amor seja a superação.

LI

sexta-feira, 5 de junho de 2009

ESSÊNCIA DE MULHER


Essência feminina
Ah, mulher...
Estratificando sua mente e alma.
Encontra-se grandeza.
Reviravoltas hormonais.
Teu interior vulcânico,
Complexo processo rico e doloroso.
Todo o corpo é decadente e passageiro.
O que não a impede de ser vaidosa.
De ser criativa e inteligente.
No consciente: uma constelação inerente.
No inconsciente: mel e fel.
É nos teus sonhos que virá a cura.
Tuas janelas d'alma são preocupação e sedução.
Feliz e intensa serás, se não se deixar levar.
Por preconceituosas óticas que paralisam.
E Deus recolherá tuas lágrimas,
Recompensada serás na hora certa.
Pois, a costela de Adão era feita de cálcio,
Mas, também de ligações de açúcares,
Cloreto de sódio e essência feminina.
Gerou-se então, o botão da flor sanguínea
Mulher, mãe, adolescente, idosa ou menina.
Cópia de Querubins e Serafins.
Suavidade e vida que cria vida.
Conforto doce cuja contemplação vicia...
Suas pernas, mesmo cansadas: são colunas.
Seus braços, seu colo quente e seu corpo:
São irresistíveis fontes de prazer para a criança.
Seja essa criança da idade que for...

sábado, 16 de maio de 2009

ASSUNTO BEM PREOCUPANTE

Estava lendo as noticias de hoje na internet e este assunto me preocupou e passo para as amigas lerem - e também - se preocuparem:

Levantamento em SP mostra que mulher morre mais de infarto do que homem

Da Agência Estado - Em São Paulo

Mulheres que sofrem infarto morrem mais do que os homens em qualquer faixa etária. É o que mostra levantamento realizado pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo com base em dados do ano passado dos hospitais públicos do Estado. Na média, de acordo com a pesquisa, a cada 100 homens internados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) devido a um enfarte, 12 morrem. Já entre as mulheres, a taxa de mortalidade é maior: são 18 mortes a cada 100 internadas.
A situação é semelhante em todas as faixas etárias. De 30 a 39 anos, por exemplo, a taxa de mortalidade das mulheres representa 13,33% do total de internações, enquanto, nos homens, é de 5,61%. Na faixa de 80 anos, a cada 100 mulheres internadas, 34,82 morrem. Entre os homens, são 27,22. Até pouco tempo, a literatura médica mostrava que a incidência de infarto abaixo dos 65 anos era considerada incomum entre o público feminino.
Assim, as próprias mulheres negligenciam a prevenção ao sentir os primeiros sintomas. Não procuram o pronto-socorro ao menor sinal de dor no peito, como fazem os homens, porque culturalmente se acostumaram a suportar mais a dor. A negligência na avaliação dos sintomas também parte da classe médica, porque a possibilidade de a mulher estar enfartando não é tão investigada nos prontos-socorros pelos médicos, como ocorre com os homens. Por esse motivo, eles recebem mais medicamentos, exames preventivos e indicações de cirurgia.
"Mulheres que enfartavam tinham sempre mais de 65 anos. Hoje as mulheres fumam mais e estão presentes em ambientes de trabalho competitivos e estressantes. Por esse motivo, esse mal acomete cada vez mais pessoas do sexo feminino com 30, 40 anos", afirma Marcelo Ferraz Sampaio, chefe do Laboratório de Biologia Molecular do Instituto Dante Pazzanese. "As artérias coronárias das mulheres são menores e mais finas do que as dos homens. Essas características anatômicas tornam as cirurgias mais difíceis e aumentam as possibilidades de complicações durante e após as operações. Pelo fato de as artérias sofrerem mais lesões, o infarto é mais intenso e mais grave, e isso aumenta a mortalidade", diz o especialista.

LI

segunda-feira, 11 de maio de 2009

♥"Auto conhecimento é fundamental para se relacionar"♥

Auto conhecimento é fundamental para se relacionar
As relações em geral são sempre motivo de queixas e uma das mais frequentes é o modo pelo qual somos tratados, independente dos motivos.
A frase: "O oposto do amor não é o ódio, é a indiferença" de Érico Veríssimo, nos faz lembrar em como as pessoas tratam com indiferença aqueles com quem convivem e dizem amar.
Não, com certeza isso não é amor!
Algumas pessoas entram na vida de outras e fazem um verdadeiro estrago... e sequer demonstram arrependimento, sequer voltam para pedir desculpas ou saber como você está se sentindo.
Quem já foi alvo da indiferença sabe a dor e o estrago que causa, e sabe também que os cacos serão um a um recolhidos, mas até isso acontecer quanto sofrimento provoca...
E quem causou isso continua a vida, muitas vezes sem sentir o mínimo de dor, ao menos aparentemente, e vai machucando outros por onde passa.
Claro que um relacionamento afetivo tem sua base e suas peculiaridades, e se um faz algo, foi porque o outro permitiu; mas a verdade é que quem não está bem consigo mesmo, deveria no mínimo ter a responsabilidade de não se envolver com outra pessoa. Sim, muitas pessoas não têm a percepção de não estar bem, e quando se relacionam, o outro muitas vezes funciona como um verdadeiro espelho, ou seja, aquilo que não vê em si mesmo, projeta no outro, acreditando verdadeiramente que não lhe pertence.
Usa o outro como espelho, sempre com o dedo acusador, sem se dar conta de que apenas está projetando no outro tudo que não consegue -ou não quer- enxergar em si mesmo.
É importante pensar ainda que se "envolver" para um pode não ter o mesmo significado para o outro, pois a maioria apenas mantém relações superficiais.
Enfim, as variáveis são muitas, o que não nos impede de refletir sobre as possíveis causas e suas consequências, e assim ficarmos mais atentos na próxima relação. Afinal, os erros e as experiências são para aprendermos.
Portanto, cabe a quem conhece esse processo não cair em tal cilada.
As pessoas estão tão alienadas de si mesmas, vivendo tão na superficialidade, que se esquecem de valores básicos como educação e, acima de tudo, respeito.
Mas como podem se preocupar com o que o outro sente se não identificam nem aquilo que está bem dentro de si mesmo?
Como respeitar os sentimentos do outro, se não respeitam nem os próprios sentimentos?
Diante de tantos desencontros, como se envolver, verdadeiramente, sem se machucar?
Sim, o outro machucou, e nós, por vários motivos, conscientes ou não, permitimos, consentimos, nos iludimos, criamos expectativas, e ainda não consideramos vários sinais, sutis ou evidentes e o resultado disso tudo é um só: dor, dor e mais dor! Muitas vezes fazemos muito, cedemos muito, com a intenção que a relação dê certo; esperamos que dessa vez fosse diferente, mas não é!
Decepcionamo-nos.
E talvez se decepcionem conosco.
Seja qual for a realidade, todos podemos aprender com tudo que acontece.
Mas só aprende quem quer, quem deseja crescer, evoluir, e está aberto para perceber quanto o autoconhecimento é fundamental, do contrário situação semelhante voltará a acontecer, tanto para quem machucou como para quem foi machucado.
Ficar apontando o dedo, criticando, julgando, só demonstra o quanto não se consegue olhar para dentro de si.
Não é nada fácil ter a coragem para enfrentar um processo de análise, o qual tem como objetivo principal o autoconhecimento, por isso é muito mais fácil apontar o que o outro, supostamente, fez de errado.
Propor-se e se comprometer a ficar toda semana sentado por uma hora, durante um período indeterminado, para se encontrar consigo mesmo, e assim buscar a origem de seus conflitos, identificar suas máscaras, entender os motivos de seus comportamentos, encontrar sua verdadeira essência, realmente não é para qualquer um!
Muitas vezes, quem nunca passou pelo processo, acusa o outro por todas as dificuldades encontradas no relacionamento, e se esse também não se conhece, facilmente irá assumir toda a culpa pelo que não deu certo.
Isso acontece mais frequentemente nas relações afetivas, mas também encontramos conflitos por falta de autoconhecimento nas relações de amizade, familiar e profissional.
Autoconhecimento deveria ser condição básica para qualquer tipo de relacionamento. Já dizia Sócrates: "Conhece-te a ti mesmo", e eu acrescentaria: "... antes de se envolver emocionalmente com outra pessoa".
Quando uma pessoa -eu, você-, pretende, quer ou começa a se envolver com alguém, deve sim ter a responsabilidade de estar bem consigo mesmo para não jogar todos seus lixos no outro, pois é isso que acontece quando não se conhece a si próprios. Ninguém tem a responsabilidade de salvar, suprir necessidades emocionais do passado, ou mudar o histórico de vida de ninguém, pois isso é impossível, mas também ninguém tem o direito de piorar aquilo que já foi ou é tão difícil de ser superado.
Ainda que a pessoa não saiba nada sobre o passado e as necessidades do outro, deve respeitá-lo acima de tudo como ser humano e lembrar que todos têm um histórico, uns mais difíceis de serem superados, outros menos.
As pessoas sequer têm consciência de suas necessidades emocionais, as quais dão origem às máscaras, e saem em busca de quem as salve, quando elas mesmas não conseguem se salvar.
Complicado?
Pode parecer, mas não é.
Todos nós utilizamos máscaras, pois é um processo inconsciente como proteção e defesa da dor, mas sem autoconhecimento vivemos como se essas máscaras fossem nossa essência, o que não é verdade, pois nossa essência está escondida, e só a descobrimos quando nos dispomos a nos conhecer.
Diante desse quadro a maioria dos relacionamentos envolve apenas mascarados.
Eu uso minhas máscaras (das quais sequer tenho conhecimento), você utiliza as suas, e o conflito se instala.
E o amor só pode ser realmente sentido quando duas essências se encontram, é essa a grande diferença!
Num encontro de duas pessoas que estejam abertas para evoluir, há sempre a oportunidade de ambos aprenderem um com o outro e crescerem.
Uma relação é feita a dois, cuja base é a troca... de afeto, carinho, atenção, amizade, cumplicidade, respeito, verdade, fidelidade, amor!
E quando não se está preparado para tal troca e crescimento, é muito melhor encontrar-se antes consigo mesmo para só depois se permitir encontrar-se com o outro.

LI

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Mãe




Hoje dia das Mães!Volto meu pensamento para a Mãe de toda a humanidade,principalmente a Mãe de todas as Mães,aquela que a todas escuta, atende e perdoa, a Mãe do Redentor, a advogada dos que um dia deslizaram por caminhos tortuosos e buscam na sua piedosa intercessão novas trilhas,novos horizontes.
A mãe dos necessitados. dos oprimidos, dos que sofrem, dos que imploram à Virgem Maria.
Mãe querida!!!abençoe e conforte todas as Mães,que hoje choram: umas emocionadas pelo carinho e a presença de seus filhos,outras choram pela perda física, pelo filho preso,pelo filho enfermo,pelo filho que se perdeu nas drogas.Outras querida Mãe choram pela ausencia de seus filhos.
A senhora bem sabe o quanto dói o desprezo, a falta de carinho, atenção, compreensão, amor e ate mesmo de valor.Quantas Mães estão hoje abandonadas nos Asilos e tambem nas ruas.
Como gostaria querida mãe, que todas as Mães principalmente hoje, não ficassem tristes ou ate mesmo chorassem por seus filhos, que hoje reinasse a alegria em seus corações, o sorisso em seus lábios.
Hoje minha alegria é grande pois posso dar um beijo em minha Mãe.
Senhora!!!!!Tu que és a mais Santa de todas as Mães, zele por todas, mostrando o seu exemplo de ternura e bondade ,mesmo com todo sofrimento que passastes pelo seu filho Jesus Cristo e por todos os filhos deste mundo, e continuas fortalecendo a todas que em vós teem fé.
A todas as Mães meu desejo é :que os frutos do seu amor,embalados na ternura do teu amor, moldados pela força do teu amor, dê à todas elas mais tarde a felicidade do reconhecimento e da gratidão.
Por isso MÂE SANTA E QUERIDA te peço com todo amor e confiança, enxugue as lágrimas das Mães sofredoras e abençõe a todas as Mães do mundo inteiro.
FELIZ DIA DAS MÃES!!!!!!!!!!!!!!!
LI

quinta-feira, 7 de maio de 2009

A ARTE QUE NÃO ENTEDIA



Num ensaio sobre a literatura de Guimarães Rosa, Benedito Nunes coloca em ordem crescente de valor as qualidades que Rosa perseguia no texto: o enredo, a linguagem, a poesia e a metafísica. É curioso que mesmo sendo um escritor pós-freudiano, ele não tenha se referido à psicologia. E há quem afirme que, depois de Freud, nenhum artista ficou imune à psicanálise.

Mario Benedetti, um uruguaio da geração de Júlio Cortazar e Carlos Fuentes, seria um deles. "Quem de nós", novela publicada em 1950 e só agora editada no Brasil pela Record, é uma longa sessão psicanalítica fora do divã, com poesia e linguagem bem cuidada, um enredo cortaziano surpreendente, em que não falta metafísica.


Dividida em três partes, a primeira delas é a sessão de Miguel. Sozinho em casa, depois que a esposa Alicia decidiu abandoná-lo e partir em busca de Lucas, um amigo que completa um triângulo amoroso de adolescência, ele senta-se e escreve. Apesar da escrita instigante, da crua avaliação que o personagem faz de si mesmo, imaginamos tratar-se de mais um livro em que vários personagens expressam os seus pontos de vista sobre um mesmo tema, no caso, o amor conjugal mal sucedido e a separação. Chegamos a lembrar o conto Num Bosque, do japonês Ryonosuke Akutagawa, em que uma mesma história é relatada de formas diversas, segundo a ótica de cada narrador. Miguel analisa a esposa, o amigo Lucas, os dois filhos, os pais, a amante e, principalmente, a si próprio.


O livro poderia ser um enfadonho consultório sentimental, se Mario Benedetti não fosse um perspicaz investigador das virtudes e dores do homem, sem o medo de vasculhar feridas, fazendo revelações surpreendentes e originais a cada página: No invejoso existe uma vontade, uma atitude de esforço ou, no pior dos casos, de capricho, que indiretamente o faz culto, laborioso, incansável. A inveja é o único vício que se alimenta de virtudes, que vive graças a elas.

O segundo personagem a se deitar no divã de Benedetti é Alicia, a esposa que toma a mesma decisão de Nora, a heroína de "Casa de Bonecas", de Ibsen: abandonar a casa, o marido e dois filhos. A diferença é que Nora deixa o mundo doméstico, onde viveu oito anos, para pensar em si mesma e tentar compreender as coisas. Alicia deixa a casa onde viveu onze anos, escreve uma carta e revela: Não posso mais, vou embora com Lucas. Sua busca possui endereço e destinatário.

O leitor imagina que tudo será previsível no terceiro capítulo, que por motivo óbvio se chama 'Lucas', e certamente terá as confissões do suposto amante, fechando a novela. Mas Benedetti é surpreendente e puxa o tapete sob os pés do leitor. Lucas é um jornalista que escreve contos e em vez de revelar-se em tom confessional, como Miguel e Alicia, prefere transformar o drama que vive num texto literário. Os personagens assumem nomes fictícios no conto de Lucas, narrado no corpo principal da página. Em notas de rodapé, o narrador Lucas explica como elaborou o conto, referindo os nomes reais dos personagens. São duas histórias se narrando dentro de uma mesma história, o que deixa o final da novela em aberto. Um quebra-cabeça ao estilo do que será desenvolvido por Cortazar no seu romance mais famoso, "O Jogo da Amarelinha".

Mario Benedetti nos diz que por mais real que pareça, tudo o que acabamos de ler não passa de uma invenção. É que a arte nunca deixa de ser uma mentira; quando é verdade, já não é arte e entedia, porque a realidade é apenas um irremediável e absurdo tédio.

A REALIDADE PODE SER RICA EM TODOS OS ASPECTOS QUE FIZERMOS POR ONDE SER!!

**Texto elaborado á partir do Livro de Ronaldo Correia de Brito.
***Ronaldo Correia de Brito é médico e escritor. Escreveu Faca e Livro dos Homens.

LI